terça-feira, 16 de julho de 2013

Toyota RAV4 4x2 vai para a pista de testes



A Toyota lançou, em maio, no mercado brasileiro a quarta geração do utilitário esportivo RAV4 prometendo acirrar a disputa no segmento dominado pelas coreanas Hyundai e Kia, além das compatriotas Honda e Mitsubishi. Com o modelo totalmente renovado, a marca japonesa espera vender cerca de 800 unidades por mês do jipinho, o que significa o dobro da média mensal registrada em 2011.

Disponível em três versões com duas novas motorizações, o RAV4 ainda está atrás da concorrência - 501 unidades comercializadas em junho e 699 no acumulado do ano – mas o seu desempenho pode ser considerado satisfatório para um carro que começou a ser vendido há apenas dois meses. A lista é liderada pelo Hyundai ix35 (729 exemplares no mês passado e 5.599 emplacamentos nos seis primeiros meses do ano), seguido pelo Kia Sportage (4.719), Mitsubishi ASX (4.291) e Honda CR-V (1.969). Além de estar no mercado há pouco tempo, o Toyota leva desvantagem em relação aos rivais por não ser dotado de tecnologia bicombustível, um fator determinante para muitos consumidores na hora da compra.

As versões de entrada (4x2) e intermediária (4x4) do RAV4 levam sob o capô o bloco de 2.0 litros e 16 válvulas – o mesmo do sedã Corolla, porém a gasolina – de 145 cavalos de potência e 19,1 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão CVT (continuamente variável) que simula sete velocidades. Já a configuração topo de gama é dotada de um motor de 2.5 litros 16V de 179 cv e 23,8 kgfm a 4.100 rpm, que trabalha em conjunto com uma caixa automática de seis marchas e sistema de tração integral.

O Carsale avaliou durante uma semana uma unidade da versão de entrada, tabelada a R$ 96.900, e pode notar que a nova geração do utilitário em pouco lembra a antecessora. Para começar, a carroceria deixou de lado a sobriedade para ostentar um visual mais ousado e cheio de ângulos, além de aposentar o arcaico estepe pendurado na tampa traseira, que agora abre verticalmente. O desenho do RAV4 antecipa as linhas do novo Corolla, mostrado recentemente. Em termos de mecânica e construção, o utilitário apresenta o bom padrão de qualidade já presente em outros modelos da marca.



Por conta dos 1.525 quilos do utilitário – 240 quilos a mais que o Corolla – o motor de 2.0 litros trabalha de maneira “justa”. Não decepciona, mas também não empolga o motorista. Em algumas situações dá a impressão de não ter fôlego suficiente para carregar o peso extra em relação ao sedã. O câmbio, no entanto, tem funcionamento suave e sem trancos, mas não consegue dar agilidade ao jipinho. Já o sistema de suspensão merece elogios por manter o utilitário firme em velocidades mais altas e em curvas.

Em trecho de estrada, a 120 km/h, vale destacar o bom isolamento acústico da cabine, que proporciona boa dose de conforto aos ocupantes. Dentro do RAV4, quatro pessoas viajam com espaço de sobra e o porta-malas leva 476 litros de bagagem. O acabamento, no geral, é agradável e utiliza materiais de boa qualidade.

No teste de aceleração de 0 a 100 km/h realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), o RAV4 abastecido com gasolina comum cumpriu a prova em 12,73 segundos. No quesito consumo, o SUV obteve a boa marca de 9,1 km/l em trecho urbano e de 14.4 km/l em percurso rodoviário.

O novo RAV4 mostra que evoluiu em relação à geração anterior, mas deixa a desejar em relação aos rivais por levar sob o capô um motor sem tecnologia bicombustível e com potência inferior. Além disso, o modelo poderia ter uma lista de equipamentos de série mais farta para um carro de quase R$ 100 mil. Uma câmera de ré traseira, por exemplo, seria um item muito bem-vindo em um modelo de quase 4,60 metros de comprimento. O RAV4 4x2 sai de fábrica com ar-condicionado analógico, vidros travas e retrovisores elétricos, sistema de áudio com CD/MP3 com entradas AUX/USB e Bluetooth, sensor de estacionamento, direção elétrica, volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo, rodas de liga leve de 17 polegadas, airbags frontais, freios com ABS, EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e BAS (assistente de frenagem).

Outro fator determinante na trajetória do Toyota no mercado brasileiro é o valor cobrado. Os volumes de emplacamentos citados anteriormente comprovam que a vantagem dos modelos coreanos nas vendas não é à toa. O Hyundai ix35 e Kia Sportage são menos "pesados" para o bolso, já que ambos têm preços iniciais abaixo de R$ 90 mil. 
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